quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nós nos Geomonumentos

O objectivo principal da nossa expedição era visitar todos os geomonumentos do Geopark Naturtejo. Deixamos abaixo as fotos que registam a nossa passagem pelos mesmos!

Meandros do Zêzere


Garganta Epigénica da Malhada Velha


Cascata das Fragas de Água D`Alta


Miradouro Geomorfológico das Corgas


Monumento Natural das Portas de Almourão


Monumento Natural das Portas do Rodão


Tranco Fóssil de Perais


Mina de Ouro Romana do Conhal do Armeiro


Blocos Pedunculados de Arez-Alpalhão


Morfologias Graníticas de Castelo Velho


Antigo Complexo Mineiro da Monforte da Beira


Escarpa da Falha do Ponsul


Rota das Minas de Segura


Canhões fluviais do Erges


Parque Icnológico de Penha Garcia


Inselberge Graníticos de Monsanto-Moreirinha-Alegrios

Não deixem de visitar estes locais!

terça-feira, 6 de abril de 2010

As Princesas!

Terminada a Aventura é altura de fazer balanços! Não estamos, nem de perto nem de longe, avalizados para avaliar o desempenho de bicicletas, mas como meros utilizadores vamos fazer uns comentários acerca das nossas melhores "Amigas", aquelas que nos carregaram ao longo de 8 dias e que nós carregámos também por uns bons kms!
A Princesa do Carlos era uma Grand Canyon AL 6.0 e a do Rui uma Grand Canyon AL 7.0, duas bicicletas semi-rigidas com quadros iguais (Embora a 6,0 seja tamanho M e a 7,0 um L) mas bastantes diferenças ao nível dos componentes, nomeadamente transmissão, rodas, travões e suspensão, com uma Reba SL DualAir 100 na do Carlos e uma Reba Race DualAir 100 na do Rui.
Em primeiro lugar a opção semi-rígida. Esta verificou-se perfeitamente ajustada, os trilhos que encontrámos ao longo de todo o percurso eram na generalidade bons o que permitiu que, apesar de não termos suspensão total, viajássemos bastante confortáveis, inclusive para o Carlos que estava habituado a uma total. Por outro lado, nas subidas uma rígida é sempre uma rígida e ao final de muitos kms uma bicicleta que suba com facilidade conta muito. O facto de serem bicicletas muito leves foi ainda bom por outro motivo, é que nos trilhos onde nos metemos tivemos que as carregar bastas vezes!Quanto a problemas. Cometemos um erro crasso para este tipo de aventura, partir sem qualquer tipo de rodagem e de habituação à máquinas.
Tivemos um conjunto de problemas na AL 7,0 que teriam sido evitados com uma pequena rodagem. O mais grave foi a corrente que logo no 1º dia ficou com um elo bloqueado, o que fazia a corrente saltar de um carreto para outro. Retirado esse par de elos não voltámos a ter problemas com as mudanças, mas a corrente nunca ficou boa talvez por aselhice no manobrar do descravador. No total acabámos por retirar 5 pares de elos! E por partir o desviador da frente já no último dia! Também a Reba Race não esteve bem nos primeiros dias, primeiro muito frouxa e depois muito rija, mas depois da etapa de Castelo Branco e da revisão no centro de assistência da Canyon ficou muito melhor, tendo reagido bem às exigentes descidas da calçada de Salvaterra e também de Monsanto.
Já a AL 6,0 do Carlos portou-se impecável ao longo de toda a expedição, tendo apenas manifestado uns pequenos problemas de afinação das mudanças nos últimos dias, provavelmente provocados pela muita terra acumulada. Inclusivamente, o Carlos chegou ao final com serias dúvidas acerca da vantagem da total para esta semi-rígida.
Quanto à habituação às máquinas esta foi muito fácil, a facilidade dos ajustes, a qualidade dos equipamentos e a utilização dos nossos selins habituais fez com que ao final de 2 dias estivesse-mos perfeitamente adaptados às máquinas.
No cômputo geral a opinião é bastante positiva! As Grande Canyon facilitam muito as subidas, rolam bem e manobram-se com muita facilidade nas descidas.
Se partisse-mos hoje para uma nova aventura deste género, e depois da rodagem feita, eram estas a bicicletas que levaríamos!

sábado, 3 de abril de 2010

Etapa 8 Termas de Monfortinho - Idanha-a-Velha

Fechar com Chave de Ouro!

A etapa de hoje começou tarde! Não tínhamos qualquer vontade de que este fosse o último dia de aventura!
Começámos por visitar o Balneário Termal da Termas de Monfortinho, onde bebemos um copo desta água terapêutica. Com a sede saciada arrancámos, seguindo o percurso pedestre internacional, em direcção a Penha Garcia onde saciámos a fome no restaurante O Javali. Penha Garcia é uma Maravilha Natural. As formas das rochas, as cores, o rio, os moinhos, os fosseis… Tudo é simplesmente único! Depois de pormos a conversa em dia com o Sr. Domingos, o protector daquele local, tivemos que o abandonar porque Monsanto esperava por nós! Seguimos pela crista sul do sinclinal de Penha Garcia que chega aos 740m de altitude, um espectacular trilho panorâmico sobre Monsanto e sobre a Serra da Gata. Na descida mais um problema técnico, a minha corrente voltou a partir, e desta vez levou consigo o desviador da frente. Retirámos mais dois elos e a partir daqui só podia usar o pedaleiro pequeno, que era o que fazia falta para subir a Monsanto!
Tomámos a calçada dita “romana”. Depois de tantos kms ainda ficámos surpreendidos por as nossas pernas aguentarem mais esta subida. A partir da Vila a quantidade de pessoas nas ruas era impressionante, incentivos e caras de “anda uma mãe a criar um filho para isto” não faltaram. Subimos ao Castelo e as Princesas foram connosco, mesmo até lá ao topo. A sensação foi única! Depois de gozado este momento quase não foi preciso pedalar até Idanha-a-Velha. A descida por S. Pedro de Vir-a-Corsa foi soberba, muito por causa da boa resposta das suspensões!
Visitámos esta Aldeia Histórica e antiga Cidade Romana e demos por fechada com chave de ouro a aventura! Regressámos a Oleiros com uma boleia dos amigos Mendes Alves e Sandra da Pinhal Total. Ficou a vontade de continuar por mais 8 dias, as muitas histórias para contar e os muitos projectos de viagem para o futuro!

Dia 7 Idanha-a-Nova - Termas de Monfortinho

Cenários do Senhor dos Anéis

Ao 7º dia de viagem começou a ganhar força a ideia de que deveríamos prolongar isto pelo menos por mais uma semana!
Na Etapa de hoje começámos por apreciar a Falha do Ponsul a partir do Castelo de Idanha-a-Nova. O deslocamento das placas fez com que naquela zona haja um desnível de cerca de 150m de altitude entre a vila e a campina. Depois foi pedalar até Segura com uma perda do trilho pelo meio. Para o recuperar tivemos que saltar umas vedações e ainda fui apanhado por duas abelhas que me picaram. Ganhei um braço inchado! Em Segura começámos por visitar uma antiga fábrica associada à extracção do volfrâmio durante a primeira metade do Sec XX. Depois subimos ao castelo onde apreciámos a paisagem com a ponte romana ao fundo e as terras de Espanha ao longe. Atravessámos a aldeia e conversámos com um grupo de anciãos junto à peculiar Igreja da misericórdia. Para cumprir o roteiro ainda fomos até ao rio apreciar a enorme cascata proporcionada pelo açude e o canhão fluvial por onde o Erges atravessa a rocha. À saída de segura mais um contratempo, parti a corrente. Ao final de algum tempo lá conseguimos compor a coisa e zarpar em direcção a Salvaterra. À chegada a Salvaterra do Extremo o primeiro furo da expedição. Já estava a tardar! Deixámos o furo para depois e começámos por almoçar na “Geo-padaria - Casa do Forno”, especialistas na arte de trabalhar o pão, onde há muito já nos esperavam também a Sofia, o Jorge, o José e a Rosaita, amigos que vieram dar uma força para estas etapas finais.
Já com a barriga cheia fomos gozar um cenário próprio de cenas de filme tipo Senhor dos Aneis. O Canhão Fluvial em Salvaterra, com o castelo de Penhafiel como sentinela é algo completamente fora do nosso imaginário. Depois de uma foto em terras de Espanha, foi sempre a pedalar até às Termas de Monfortinho. Jantámos e dormimos no Hotel Astória. Respira-se charme e sentem-se os anos 40 neste Hotel!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Etapa 6 Castelo Branco - Idanha-a-Nova

Um Valente Alemão
A etapa de hoje começou um pouco mais tarde que o habitual, precisávamos de compensar o sono perdido na noite anterior!
Saímos de Castelo Branco e assim que entrámos na terra, só 42 kms depois, já na povoação de Monforte da Beira, voltámos a entrar numa estrada. Já não é fácil encontrar no nosso país distâncias tão grandes sempre em terra e sem encontrar uma única povoação! Nestes kms passámos o rio Ponsul, praticámos salto em comprimento sobre os ribeiros e apanhámos paisagens primaveris fantásticas onde se destacava o verde-claro da vegetação, o verde-escuro dos sobreiros e azinheiras, o amarelo das flores e o azul do céu esborratado com algumas nuvens brancas!
Em Monforte perguntámos pelas minas, ao que logo nos avisaram: “isso é lá para os lados do castelo”, “há para lá muitas cobras!”. Mesmo assim arriscámos e não nos arrependemos. Fazendo uso do GPS, qual caça ao tesouro, lá encontrámos duas aberturas no solo camufladas entre a vegetação. Ao entrarmos para estas antigas explorações de ferro, tem-se a sensação de estar a entrar para o centro da terra. No regresso, mais dois dedos de conversa em Monforte e ala que se faz tarde rumo a Idanha-a-Nova. Pelo caminho encontrámos um outro aventureiro ciclista ainda mais louco que nós: era Alemão e já tinha percorrido 2500 kms, ia com destino a Lisboa e depois seguia para Marrocos! Que grande viagem!No Ladoeiro não resistimos a dar uma volta nos carrinhos de choque ali instalados. Depois da voltinha tivemos que fugir de lá à presa porque a Dona não achou piada quando tentámos colocarmos as biclas em cima dos carrinhos para uma foto! Atravessámos depois os imensos campos agrícolas e também o rio Ponsul, desta vez com água até a cintura! Ainda houve tempo na Sra da Graça para conversámos com o Sr. Martinho e para apreciámos a Falha do Ponsul. Jantámos no Restaurante O Espanhol e ficámos instalados num apartamento disponibilizado pela Câmara Municipal da Idanha.

quarta-feira, 31 de março de 2010

De Barco e Comboio

Ao 5º dia aconteceu tanta coisa espectacular que é difícil escolher o que destacar para esta pequena crónica.
Acordámos às 6 da manhã e toca a rolar em direcção à Amieira, onde tínhamos que apanhar o comboio às 9h. Para chegar à estação é necessário apanhar a Barca que atravessa o Tejo e isso é que foi o problema. O Sr. Carlos e o Sr. Luís da junta da Amieira não conseguiam por o motor a trabalhar! Depois de todos termos puxado a baraça lá alguém se lembrou que era necessário abrir a torneira da gasolina! Com algum stress lá conseguimos apanhar o comboio! No comboio o revisor perguntou se não queríamos ir até à cabine da automotora. É claro que aceitámos imediatamente. Foi uma experiência super interessante, acompanhar o Sr. António aos comandos da automotora e gozar de uma vista privilegiada sobre as Portas do Rodão.
Em Castelo Branco subiram a bordo o Paulo e o Augusto que aceitaram o desafio de nos acompanhar no resto da etapa. Saímos em Castelo Novo e visitámos esta bonita Aldeia Histórica. A partir daqui toca a Subir (a letra grande foi intencional), só parámos acima dos 1000m de altitude para vermos as Morfologias Graníticas de Castelo Velho. Parecem pedras com cérebro!
Quem sobe tem que descer! E descer a Gardunha lança muita adrenalina na circulação! De tal forma que às vezes se arrisca uma expedição inteira por uma descida mais rápida! Felizmente tudo correu bem. Ainda passámos por Alcains onde visitámos o muito interessante Museu do Canteiro, conduzidos pela Andreza, uma graciosa guia que se via que gostava do que estava a fazer! Ainda em Alcains juntou-se à comitiva o Mário, não pode ir connosco no comboio, mas ainda assim não deixou de nos acompanhar! Restou tempo para visitarmos a sede da Naturtejo, irmos à Escola de Condução Técnica do Volante apanhar as nossas bagagens e à Canyon deixar as nossas Princesas para uma revisão de rotina! Ficámos hospedados e jantámos no muito cuidado Hotel Rainha Dona Amélia!

Mais Fotos Aqui!

terça-feira, 30 de março de 2010

Etapa 4 Salgueiral - Nisa

Chegámos ao Alentejo

Sair de Vila Velha de Rodão hoje de manhã não foi fácil! Primeiro foi o Pequeno almoço que degenerou numa agradável e demorada conversa com os “amigos” do Centa/Herdade das Tojeiras! Depois comprar o almoço (pão, queijo, presunto e bananas), tomar um café, encontrar a passagem pedestre para atravessar a linha do comboio, ir à Farmácia (O Carlos teve um pequeno problema técnico sem gravidade!), e por último procurar o Posto de Turismo. Foi aqui que começou efectivamente nossa viagem de hoje com a vista de alguns exemplares de troncos fosseis semelhantes ao de perais. A simpática Ana explicou-nos que o tronco de perais tem actualmente paradeiro desconhecido, este era semelhante aos que existem naquele espaço só que de enormes dimensões! Bora lá pedalar que já é tarde! Voltámos a passar pelas Portas do Rodão, desta vez sem chuva e toca a subir sinclinal a cima, logo 200m de acumulado para começar! Do outro lado da crista quartzítica encantámos o Conhal Romano do Arneiro. É impressionante a quantidade de pedras redondas a cobrir todo o vale! Os Romanos adoravam rebolar pedras!! Do Arneiro descemos para o Tejo, onde apanhámos um trilho sempre junto à água. Há muito tempo que não passava por ali ninguém! O mato era muito e a progressão difícil. Não fosse a paragem a meio para o almoço com vista sobre o Tejo e não sei o que seria! 4 ou 5 kms depois encontrámos um percurso pedestre muito bonito junto à Central Eléctrica da Velada o qual percorremos agora já sem problemas. Faltavam-nos os blocos pedunculados que visitámos em Arez. Que estranhas formas molda a Natureza. Depois de tentarmos ingloriamente tombar um gigantesco cogumelo de granito foi só rolar pelo Alentejo a dentro e aproveitar para gozar as cores e o cheiro da Primavera. Ainda houve tempo para uma passagem rápida pelas Termas da Fadagosa. Ficámos alojados na simpática Residencial S. Luís em Nisa, onde já habituados a esta coisa das bicicletes nos disponibilizaram logo uma mangueira para a lavagem das nossas Princesas!