quarta-feira, 31 de março de 2010

De Barco e Comboio

Ao 5º dia aconteceu tanta coisa espectacular que é difícil escolher o que destacar para esta pequena crónica.
Acordámos às 6 da manhã e toca a rolar em direcção à Amieira, onde tínhamos que apanhar o comboio às 9h. Para chegar à estação é necessário apanhar a Barca que atravessa o Tejo e isso é que foi o problema. O Sr. Carlos e o Sr. Luís da junta da Amieira não conseguiam por o motor a trabalhar! Depois de todos termos puxado a baraça lá alguém se lembrou que era necessário abrir a torneira da gasolina! Com algum stress lá conseguimos apanhar o comboio! No comboio o revisor perguntou se não queríamos ir até à cabine da automotora. É claro que aceitámos imediatamente. Foi uma experiência super interessante, acompanhar o Sr. António aos comandos da automotora e gozar de uma vista privilegiada sobre as Portas do Rodão.
Em Castelo Branco subiram a bordo o Paulo e o Augusto que aceitaram o desafio de nos acompanhar no resto da etapa. Saímos em Castelo Novo e visitámos esta bonita Aldeia Histórica. A partir daqui toca a Subir (a letra grande foi intencional), só parámos acima dos 1000m de altitude para vermos as Morfologias Graníticas de Castelo Velho. Parecem pedras com cérebro!
Quem sobe tem que descer! E descer a Gardunha lança muita adrenalina na circulação! De tal forma que às vezes se arrisca uma expedição inteira por uma descida mais rápida! Felizmente tudo correu bem. Ainda passámos por Alcains onde visitámos o muito interessante Museu do Canteiro, conduzidos pela Andreza, uma graciosa guia que se via que gostava do que estava a fazer! Ainda em Alcains juntou-se à comitiva o Mário, não pode ir connosco no comboio, mas ainda assim não deixou de nos acompanhar! Restou tempo para visitarmos a sede da Naturtejo, irmos à Escola de Condução Técnica do Volante apanhar as nossas bagagens e à Canyon deixar as nossas Princesas para uma revisão de rotina! Ficámos hospedados e jantámos no muito cuidado Hotel Rainha Dona Amélia!

Mais Fotos Aqui!

terça-feira, 30 de março de 2010

Etapa 4 Salgueiral - Nisa

Chegámos ao Alentejo

Sair de Vila Velha de Rodão hoje de manhã não foi fácil! Primeiro foi o Pequeno almoço que degenerou numa agradável e demorada conversa com os “amigos” do Centa/Herdade das Tojeiras! Depois comprar o almoço (pão, queijo, presunto e bananas), tomar um café, encontrar a passagem pedestre para atravessar a linha do comboio, ir à Farmácia (O Carlos teve um pequeno problema técnico sem gravidade!), e por último procurar o Posto de Turismo. Foi aqui que começou efectivamente nossa viagem de hoje com a vista de alguns exemplares de troncos fosseis semelhantes ao de perais. A simpática Ana explicou-nos que o tronco de perais tem actualmente paradeiro desconhecido, este era semelhante aos que existem naquele espaço só que de enormes dimensões! Bora lá pedalar que já é tarde! Voltámos a passar pelas Portas do Rodão, desta vez sem chuva e toca a subir sinclinal a cima, logo 200m de acumulado para começar! Do outro lado da crista quartzítica encantámos o Conhal Romano do Arneiro. É impressionante a quantidade de pedras redondas a cobrir todo o vale! Os Romanos adoravam rebolar pedras!! Do Arneiro descemos para o Tejo, onde apanhámos um trilho sempre junto à água. Há muito tempo que não passava por ali ninguém! O mato era muito e a progressão difícil. Não fosse a paragem a meio para o almoço com vista sobre o Tejo e não sei o que seria! 4 ou 5 kms depois encontrámos um percurso pedestre muito bonito junto à Central Eléctrica da Velada o qual percorremos agora já sem problemas. Faltavam-nos os blocos pedunculados que visitámos em Arez. Que estranhas formas molda a Natureza. Depois de tentarmos ingloriamente tombar um gigantesco cogumelo de granito foi só rolar pelo Alentejo a dentro e aproveitar para gozar as cores e o cheiro da Primavera. Ainda houve tempo para uma passagem rápida pelas Termas da Fadagosa. Ficámos alojados na simpática Residencial S. Luís em Nisa, onde já habituados a esta coisa das bicicletes nos disponibilizaram logo uma mangueira para a lavagem das nossas Princesas!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Etapa 3 Aldeia Ruiva - Salgueiral (Vila Velha de Rodão)

“Por caminhos nunca antes BTTados”

O início da etapa de hoje foi difícil! Quando acordámos estava a chover e isso pôs a moral um bocado em baixo. Aproveitando a assistência da Opções e Alternativas mudámos o inicio da etapa para Proença-a-Nova. Com a chuva que caia a ideia era passar rapidamente pelo Vale Mourão e pelas portas do Ródão e fazer a etapa sempre a rolar para não arrefecer e apanharmos uma constipação que hipotecasse o resto da viajem. Assim que começámos a andar a atitude mudou radicalmente. Esquecemos a chuva e regressámos ao nosso ritmo de exploração habitual! Depois da primeira paragem no centro Ciência Viva das Moitas, que para nosso azar está fechado às segundas, decidimos novamente alterar o programa e rumar à Aldeia de Xisto de Figueira. Em boa hora o fizemos! Logo à chegada a Dona Lúcia ofereceu-nos um Café e levou-nos a visitar a loja da aldeia. Depois de dois dedos de conversa percorremos as ruelas do local. Que espectacular emaranhado de single track`s!No Vale Mourão levámos as nossas bicicletas “por caminhos nunca antes BTTados”, pelo menos por pessoas com algum juízo! Entrámos pelo Percurso Pedestre ali marcado a dentro e rapidamente descobrimos que aquele local era indicado para a prática de uma nova modalidade, o BTE, Bicicleta Toda-a-Escalada. Foram para ai uns 3 Kms com as biclas às costas pela escarpa acima! Mas valeu a pena! A perspectiva que conseguimos da deformação Tectónica de Vale Mourão foi soberba! A partir daqui, porque a chuva não deu tréguas e o frio fazia-se sentir, foi sempre a andar, às vezes a pé no sinclinal do Ródão, até ao Geo-monumento candidato às 7 Maravilhas Naturais de Portugal das Portas do Ródão. Infelizmente como a chuva era mesmo muita, não pudemos gozar o momento com calma. Mas amanhã ainda vamos passar pela zona!
Ficámos alojados no CENTA - Herdade da Tojeira que nos disponibilizou um Apartamento muito rústico e agradável, também a hospitalidade foi excelente.

Mais fotos aqui!

domingo, 28 de março de 2010

Etapa 2 Oleiros - Aldeia Ruiva (Proença-a-Nova)

Viajar no Tempo

Na segunda etapa aprendemos que neste tipo de viagens quando a subida aperta não há que forçar para aguentar a velocidade, há é que manter o ritmo e a força da pedalada e reduzir a mudança e a velocidade! Ninguém corre atrás de nós! Para além da fadiga, claro está!
Partimos de Oleiros a cerca de 500m de altitude pela mesma subida usada na Rota do Medronho até aos 944m já perto do topo da Serra do Cabeço Rainha. Seguiu-se uma descida bem rápida até à Isna, onde começou o espectáculo! O vale da Ribeira da Isna é algo fantástico: parece que as nossas biclas vinham equipadas com um kit que viajem no tempo! A água é cristalina, os baixios estão amanhados, as pessoas olham-nos com simpatia, as aldeias são de xisto (mas refiro-me mesmo à pedra, não ao título, embora conste que em breve a Isna também passará a usar o título de Aldeia de Xisto. Bem o merece!), as pontes são de pedra, as aves de rapina sobrevoam o vale, as cabras pastam vagarosamente… A tentação de usar a máquina fotográfica é quase tão impeditiva de avançarmos como a subida que se segui até ao topo da Serra das Corgas a cerca de 900m de altitude.
No miradouro Geomorfológico das Corgas, o geo-monumento do dia, foi pena não termos um geólogo à mão. Socorremo-nos do que lê-mos no “Geopark Naturtejo da Meseta Meridional – 600 milhoes de anos em imagens” para interpretarmos alguma coisa! A paisagem é soberba: vê-se a crista quartzítica que a manhã vamos percorrer, as serras do Muradal e também a da Gardunha que na 4ª vamos subir e ainda o Norte do Alentejo onde vamos andar na 3ª.
Apesar de maior acumulado, o dia de hoje pareceu mais fácil que o anterior. O Carlos está a gostar bastante da sua bicicleta. A leveza deste quadro seme-rígido tem sido uma boa arma para as muitas subidas. Já a minha AL 7.0 ainda não está completamente afinada. Resolvi os problemas da corrente nas tenho que ajustar a suspensão para amanhã!
Jantámos no restaurante Ponte Velha e vamos Dormir num Bengalow do Parque de Campismo de Aldeia Ruiva.

Passe um dia connosco esta Quarta-Feira

Alguns amigos manifestaram interesse em passar uma etapa connosco! Apresentamos o nosso projecto de programa para quem nos quiser acompanhar na próxima 4ªFeira: Castelo Branco - Gardunha - Castelo Branco
O espírito é de exploração e de viagem! Quem nos quiser acompanhar terá que viajar em completa autonomia. Ninguém está condicionado ao nosso projecto de programa e também ninguém vai condicionar o nosso percurso!
Quem quiser aparecer nestas condições está convidado!

Propomos o seguinte projecto de programa:
10:10 - Apanhar o comboio regional em Castelo Branco (nós já lá iremos, apanhámos o comboio na Barca da Amieira às 9h09);
10:41 - Saída em Castelo Novo;
+/-11h00 - Visita a Castelo Novo;
+/-12h30 - Chegada às Morfologias Graníticas de Castelo Novo a cerca de 1000m de altitude)
Almoço (sandes, etc);
Lá para o meio da tarde - possível visita ao Museu do Canteiro em Alcains;
+/-16h00 - Chegada a Castelo Branco: Visita à Exposição dos Dinossauros, Passagem na AG para manutenção às nossa Canyon, levantar de bagagens na Técnica do Volante.
Nesta noite dormimos no Hotel Rainha Dona Amélia.

Etapa 1 Alvaro - Oleiros

Caprichosa, Poderosa e Delicada

A primeira etapa da nossa aventura levou-nos até Álvaro, uma Aldeia de Xisto empoleirada no cume de um monte a debruçar-se sobre o Zêzere. Depois de pagarmos uma “divida” na mercearia da Senhora Manuela, seguimos pela Gaspalha em direcção a Cambas sempre a apreciar à nossa direita como a água do Rio foi caprichosa na escolha do seu Curso, definindo inúmeros meandros. Depois de Cambas deixámos o rio e rumámos em direcção ao Orvalho. Como se não bastasse a subida ainda tivemos alguns percalços ao nível da navegação e a minha bicla começou a manifestar alguns problemas próprios de uma bicicleta nova ainda a precisar de algumas afinações. Almoçámos no restaurante pérola do Orvalho onde temos que agradecer menino Francisco que, por se recusar a acompanhar-nos, se viu obrigado a tirar algumas fotos!
Depois do Almoço voltámos ao Zêzere para descobrir como a água pode ser poderosa. Na Garganta Epigénica da Malhada Velha, o caudal que o rio leva nesta altura é de tal forma forte que permite perceber como é este que foi capaz de abrir passagem por entre a dura crista quartzitica. Como último geo-monumento do dia esperava-nos a Cascata das Fragas de Água D`Alta. Seguimos o trajecto do percurso pedestre ali marcado e rapidamente percebemos que o percurso era mesmo pedestre! A bicla tinha que ser ou empurrada ou levada às costas! Mas ainda assim quanto mais entravamos no vale, menos vontade tínhamos de voltar para traz. A cada passo uma nova queda de água, uma nova ponte, um novo trilho encaixado na margem! Quanto mais avançávamos, maiores se tornavam as cascatas. A delicadeza com que a água aqui escorre por entre as árvores e as rochas já nos tinha deixado satisfeitos mas ao chegamos ao topo do vale deparámo-nos com o momento mais alto do dia: uma cascata de cerca de 15m de altura. Foi difícil parar de tirar fotos e deixar este local!
Terminámos a etapa nos bengalows do Parque de Campismo de Oleiros onde fomos encontrar condições excelentes não para passar uma noite mas sim umas férias! Que era o que precisávamos uma vez que o corpo já vinha bem massado. Nada que uns bom alongamentos não ajudem a minorar.
Mais fotos aqui!

terça-feira, 23 de março de 2010

O Percurso: Últimos Pormenores Afinados!

Há muito que o percurso estava definido na generalidade, mas só agora foram afinados todos os pormenores!
A partida oficial da expedição está prevista para este Sábado, dia 27 na Aldeia de Xisto de Álvaro pelas 9h30. Antes disso já teremos feito uma espécie de aquecimento para fotografarmos os Meandros do Zêzere.
8 dias e 16 geo-monumentos depois terminaremos a nossa aventura na antiga Cidade Romana e actual Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha.
Por questões de logística ajustámos a última etapa: visitaremos Penha Garcia ainda pela manhã, ao inicio da tarde subiremos à Aldeia mais Portuguesa de Portugal, Monsanto e terminaremos lá para as 17h00 em Idanha-a-Velha!
No total serão cerca de 12400m de subidas acumuladas, numa média de cerca de 1450m por etapa. Haja pernas!
Vá acompanhando aqui dia-a-dia todas as histórias e todas as fotos!

sábado, 13 de março de 2010

Pinhal total! Apoio Total!

A Pinhal Total é uma Associação à imagem do seu Presidente, o Carlos, uma associação cheia de energia e de espírito de iniciativa!
É um privilégio poder contar com o apoio do pessoal de Oleiros!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Connosco desde o início!

A Escola de Condução Técnica do Volante de Castelo Branco está connosco desde o início! Mais do que parceiros são Amigos!
Um apoio fundamental para avançarmos para este projecto e para a visibilidade que já tivemos!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um parceiro nos trilhos!

A Opções e Alternativas apoia esta aventura!
Vai transportar as nossas bagagens e dar-nos apoio nos trilhos em numa boa parte dos dias de viagem!
É sempre bom poder contar com uma rede para os imprevistos!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Maratona de Tomar! Um duro teste!

Este Domingo decorreu mais uma jornada de preparação para a nossa expedição à descoberta do Geopark Naturtejo! E como nem só de sucesso se faz a história também temos de vos contar os fracassos! Desta vez rumámos a Tomar para realizar a sua Maratona de Btt. Para estarmos lá sem atrasos e para nos safarmos às curvas da viagem aproveitámos a hospitalidade do nosso amigo Gonçalo. Para Além deste acompanharam-nos também o Gravito e o Hugo. Este bafejado no sorteio dos quartos pelo privilégio de dormir com as nossas fieis companheiras.
Ao acordar o que fiz foi espreitar pela janela e logo percebi que o dia não estava de bom humor! O que me obrigou a uma primeira decisão: deixar a máquina fotográfica! Afinal se ela apanha-se chuva podíamos ficar sem máquina para a viagem! E com o dia como estava todas as fotos ião ficar um bocado "buzias". Desde já as nossas desculpas por não vos apresentarmos fotos do percurso.
E que percurso! Em vez de BTT mais parecia BTL, Bicicleta toda-a-Lama.
Os primeiros 20 kms foram complicadissimos. Partimos no final do pelotão para adoptar um ritmo suave de expedição e isso foi um erro terrível, os primeiros single tracks e tudo parado. Se era a subir a roda de traz derrapava, se era a direito andávamos aos s`s se era a descer o risco de queda era tão grande que mais valia não arriscar!
A partir dos 20 Kms embora continuasse a dureza já se conseguia rolar e o percurso acabou por se revelar muito bonito. Um carreirinho muito bem talhado junto ao rio Zêzere foi a jóia do coroa, mas o ribeiro que se apoderou do trak por mais de uns 50m seguido de uma passagem com água quase pela cintura junto a uma enorme cascata também não estava nada mal!
Enfim, muita dureza que acabou por ter os seus custos. Primeiro uns problemas físicos ultrapassáveis, não fosse o Carlos feito daquela massa com que se fazem os homens do pinhal! Depois os problemas mecânicos, estes mais graves pois obrigaram-nos a chamar a assistência. E a desistir a cerca de 5kms de Tomar. A muita lama, associada aos travões v-break acabaram por desgastar a roda e fazer rebentar o pneu e o aro! A partir de agora só uso disco, há que aprender com a experiência!
Moral da história: se nunca deixás-te um passeio por acabar é bom que te prepares bem porque podes deixar por acabar já o próximo! As semanas que aí vêm servirão para rever todos os pormenores e para encontrar os elos fracos que poderão fazer partir a corrente do sucesso da nossa viagem.
Uma última palavra para o pessoal de Tomar que tudo fez para que a prova corre-se bem. Pena não ter contado com a colaboração do São Pedro!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Temos um novo Parceiro: a Canyon Bicycles GmbH

A Canyon associa-se à nossa aventura.
Vamos ser transportados por duas bicicletas Canyon: a Grand Canyon AL 6.0 e a Grand Canyon AL 7.0.
Estas serão muito provavelmente as nossas "melhores" amigas durante toda a semana de viagem! Preparem-se para nos carregar!